Escolha uma Página

O discurso do “nunca reaja” sempre foi pregado pelos pacifistas, autoridades policiais e “especialistas em segurança” onde afirmam que é a atitude mais adequada a se tomar numa abordagem criminosa. É um discurso que está sendo cada vez mais espalhado pelo País e que tomou conta de todos, mas não devemos mais acreditar que a omissão diante de um criminoso irá garantir a nossa segurança ou sair ileso de um assalto.

Há 30 anos até que o discurso fazia sentindo e era mais adequado, visto que, os criminosos eram muito menos cruéis. Na maioria das vezes eles só tinham como objetivo roubar a vítima e não de matá-la. Atualmente a história é completamente diferente, os criminosos estão cada vez mais cruéis, ousados, e não temem mais as leis. Hoje o discurso não faz mais nenhum sentido, e não garante que você saia com vida diante de uma ação criminosa.

Quando as autoridades policiais dizem para não reagirmos o criminoso entende como uma forma de um direito e liberdade que ele tem de fazer o que ele quiser com a vítima se ela reagir. Ora, se as próprias autoridades pregam tal discurso, então quem são os cidadãos para contrariá-los, não é mesmo?! Um bom exemplo dessa mesma situação aconteceu na Bahia, no ano passado, onde o criminoso Crispiano Santos esfaqueou e matou um marinheiro de 19 anos durante um assalto, e justificou o ato afirmando que “não se reage a um assalto! ”, como se ele estivesse em seu pleno direito de executar uma pessoa devido a reação dela. Essa é a consequência do discurso.

Mas será mesmo que não devemos reagir? Bom, vamos analisar mais um caso, só que totalmente o oposto do anterior. Ano passado o caso da tentativa de assassinato da modelo Ana Hickmann deixou bem claro que a reação é extremamente fundamental dependendo das circunstâncias do momento. Se ela está viva hoje é graças a reação bem-sucedida do seu cunhado que agiu em legítima defesa de terceiro (Art.25 do CP), disparando 3 tiros no criminoso.

De acordo com esse fato e vários outros a tese do “nunca reaja” já cai por terra e fica evidente que o verdadeiro problema não é o objeto e sim quem está por trás dele. A arma que é usada para o crime também pode ser usada para combate-lo e salvar milhares de vidas, mas, infelizmente poucas são as vezes em que o uso defensivo da arma vira notícia.

Muitas são as campanhas com esse tipo de discurso e alguns “especialistas”, a própria polícia e alguns outros órgãos tentam justificar tal tese com o uso de dados não confiáveis. Os números que eles apresentam de reações malsucedidas vareiam muito entre 70% a 90%.

Os números não são confiáveis simplesmente porque eles só são coletados justamente naqueles casos em que as reações das vítimas em roubos ou em outras ocorrências não tiveram sucesso. Mas quando há um caso em que a vítima reage a um assalto e não acaba na morte do criminoso ou pelo menos na sua internação caso seja ferido isso não se torna estatística. Um exemplo: Quando um criminoso tenta assaltar uma pessoa no ponto do ônibus e essa pessoa reage disparando dois tiros em sua direção e o criminoso não vem a óbito, essa ocorrência não será registrada e tampouco irá virar estatística.

Você acha mesmo que o criminoso irá a delegacia registrar uma ocorrência porque sua tentativa de roubo não deu certo devido a reação da vítima? Óbvio que não! E a pessoa que reagiu jamais irá registrar tal ocorrência por causa da imensa burocracia e o risco de perder sua arma de fogo e até correr o risco de ir preso por disparar a arma de fogo. Ele não tem nenhum propósito em registrar uma ocorrência de tentativa de roubo malsucedida.

É notório que essas estatísticas são apenas instrumentos de manipulação que não apresentam nenhuma relação com a realidade em que vivemos. Eles sempre dão um jeito de inventar dados para justificar suas ideologias assim como seus “estudos” sobre milhares de vidas salvas pelo Estatuto do Desarmamento.

É preciso deixar claro que este material não está incentivando ninguém a reagir em um assalto ou em outra abordagem criminosa. O que está sendo exposto é a farsa do discurso do “nunca reaja” que não é sinônimo de segurança para a vítima, e sim mais uma forma de proteger e justificar um criminoso, como vimos. Reagir ou não é uma opção sua, entretanto, é fundamental cada um observar as circunstâncias do caso em que você está presenciando, e os meios necessários para saber agir corretamente. Há casos em que a reação não deve ser executada, mas há outros casos em que ela é a sua única chance de sair com vida numa ocorrência. Já dizia o grande Edmund Burke – “Para que o mal triunfe, basta que os bons não façam nada”.

Portanto, nem o Estado nem seus representantes têm a moral de dizer o que você deve fazer ou não numa abordagem criminosa, pois ele nunca poderá garantir a segurança ao cidadão 24H, ele é onipresente e já passou da hora de devolver o direito e a liberdade do cidadão se defender com uma arma de fogo. Por fim, fica a frase e a crítica do grande autor, pesquisador e especialista em segurança pública, Fabricio Rebelo – “Se alguém afirma que “nunca se deve reagir”, pode ser especialista em qualquer outra coisa, mas nunca em segurança”

Convido o (a) Colega Advogado (a) a participar de nosso Grupo VIP. CLIQUE AQUI.

Escrito por: Rodolfo Agra

Referências

BARBOSA, Bene. Não reaja: A justificativa do bandido. Disponível em: <http://www.cadaminuto.com.br/noticia/298812/2017/02/01/nao-reaja-a-justificativa-do-bandido>

CONSTANTINO, Rodrigo. Ana Hickmann está viva graças a coragem e virilidade de um homem que reagiu. Disponível em: <http://rodrigoconstantino.com/artigos/ana-hickmann-esta-viva-gracas-coragem-e-virilidade-de-um-homem-que-reagiu/>

REBELO, Fabrício. A manipulação da “reação = morte”. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=n5790hfxwPo>