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Neste artigo trago algumas dicas aos jovens advogados (como eu) para começar na advocacia com o pé direito.

Há quase um ano atrás, estava nessa mesma situação. Recém-formado, recém-ingresso na OAB, despedido do emprego, com muitas ideias, muitos sonhos e muitas dúvidas. O objetivo deste artigo que, em verdade, pretendo que seja bem curto é trazer algumas ideias que funcionaram comigo nesse meio tempo e, acredito, possa ajudar alguns dos jovens causídicos.

Antes de tudo, tenha convicção de que é isso que você quer para sua vida. Não vou trazer nenhum artigo motivacional ou contando das grandes maravilhas que é advogar. Como qualquer outra profissão, estar na advocacia exige compromisso, seriedade e responsabilidade. Pense como um empreendedor em si mesmo, então terá de dedicar esforços não só para resolver os problemas dos outros (demandas), mas também ampliar sua rede de contatos (networking), qualificar-se profissionalmente e, sobretudo, dar conta da lida processual.

Sendo assim, a primeira dica é: elenque áreas de atuação. Pelo menos duas à três. Essa é dica básica, quase todos os artigos sobre esse tema trazem, mas é a mais pura verdade. Sendo prático, elenque as áreas que você não quer atuar de jeito algum. Depois, elenque as as áreas que você pode atuar, mas não vai se focar tanto. E, por fim, eleve duas ou três para serem as que você vai se focar.

Pergunta: Por quê não uma só área de especialização? Li vários artigos que falam que especializar-se é o caminho.

Resposta: Já ouviu a anedota “maçã podre no meio de um cesto de maçãs boas estraga as demais”? Você está em começo de carreira então, por esse motivo, não pode se dar ao luxo de recusar clientes. Obviamente, você não precisa ser um generalista (é impossível, esqueça!), mas também não precisa ser um especialista de cara.

A segunda dica, então, é: faça amizades. O que?! Parece estranho? Mas é uma dica valiosíssima. Pense comigo, se você elencou algumas áreas que não atua, supõe que as pessoas ao seu redor (colegas advogados) também tenham feito o mesmo. Então, quando chegar um cliente de uma área que você não atua, ao invés de recusá-lo, você vai encaminhá-lo a um colega que atua na área. É o princípio da cooperação que deve nortear as relações entre colegas. Lembre-se: os litígios são das partes, não dos advogados. Aqui, outra dica é entrar em grupos nas redes sociais e aplicativos de mensagens para conhecer colegas para suprir essa necessidade.

Ainda dentro dessa dica, é importante frequentar outros espaços. Pense nas áreas que você elencou como prioritárias. Onde as pessoas (potenciais clientes) destas áreas estão ou se relacionam? É nesses espaços que você deve ocupar e se fazer presente. Por isso, o networking é fundamental.

Terceira dica: não tenha pressa, estude. Recebeu um cliente, fez a análise de viabilidade, firmou contrato e assinou procuração? Calma… Não precisa ter pressa para entrar com a ação. Mesmo uma demanda de massa ou simplória pode trazer nuances. Debruce-se sobre o caso, pesquise jurisprudência, analise as provas que tem em mãos (ou a disposição). Acredite, já tive processos que tiveram contratempos por conta da ansiedade de entrar em detrimento de um estudo aprofundado sobre detalhes (como competência, por exemplo).

Quarta dica: assista. Opa, não é para fazer maratona de Suits ou The Good Wife não. Estou me referindo a assistir audiências. Lembro-se que quando dei entrada nos meus primeiros casos eu tinha uma janela de uns dois meses entre a data de protocolo até as audiências de conciliação. Então, reservei algumas manhãs da minha agenda para ir até as varas e juizados onde tramitariam meus processos e assisti audiências. É importante fazer uma análise crítica das audiências. Observe como seus colegas e o magistrado se comportam. Isso vai trazer mais segurança sobre o procedimento e, sobretudo, como sacar detalhes que somente na mesa de audiência se desenrolam. Não à toa, continuo fazendo isso até hoje.

Quinta dica: não se desespere. Advocacia é uma profissão de longo prazo. Estou sentindo na pele isso. O processo, como o próprio nome já diz, traz consigo uma carga de formalidades e atos que deixam a questão incerta (Exemplo: ter uma reforma num processo procedente no primeiro grau e ver todo seu esforço até ali indo por água abaixo; Uma execução frustrada que não encontra bens; dentre outras questões).

Com isso, não digo para, pacientemente, esperar que o sucesso venha. Mas que continue atuando proativamente nas dicas anteriores para que sua rede amplie e você possa continuamente progredir. A meta é simples: desenvolva 1% a mais todos os dias. Quando olhar para trás, verá o quanto evoluiu.

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Escrito por: Thiago Noronha

Fonte: Jusbrasil